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Parte 1 - A dominação asiática no mercado de eletrodomésticos
Qui, 27 de Julho de 2023 00:00

A dominação asiática no mercado de eletrodomésticos

Grandes empresas chinesas, como Gree, Midea, Hisense e TCL, preparam investidas para o mercado brasiliero de eletrodomésticos e eletroeletrônicos. O alto potencial de consumo no Brasil para itens de linha marrom e branca não passou despercebido pelo continente asiático.

O crescimento das fabricantes chinesas sustenta uma mudança de nacionalidade em empresas líderes no setor. Companhias asiáticas frequentemente apresentam um desenvolvimento constante: em 1990 empresas japonesas se destacaram, mas foram substituídas por organizações sul-coreanas que são líderes em diferentes segmentos do mercado nacional.

A começar por 2020, as empresas chinesas aumentaram sua influência, ganhando força no mercado doméstico.

O atrativo do Brasil

O potencial de demanda, conjuntamente ao grande número de habitantes do país, atrai a atenção das empresas chinesas, explica Carlos Murano da Gree. Por exemplo, menos de 30% das casas do país possuem um aparelho de ar condicionado, adiciona o executivo. 

Referente ao número de vendas, o segmento ar condicionado é o único que teve um aumento em relação ao registrado em 2019, antes da pandemia de Covid-19, segundo a GfK. Os produtos vendidos cresceram de 4,3 milhões para 4,6 milhões, resultando em aumento de faturamento de R$ 8 bilhões para R$ 9,8 bilhões.

Apesar disso, Murano acrescenta que há diferentes nichos de produtos não tão explorados no mercado brasileiro, como tanquinhos (lavadoras semiautomáticas), lavadoras com abertura frontal, lava e seca e até mesmo refrigeradores de alto valor, com preço médio de R$ 25 mil. 

Segundo o diretor de varejo da GfK no Brasil, Fernando Baialuna, as marcas chinesas são capazes de se desenvolver com maior intensidade em mercados emergentes do que nos países da Europa. Em função de uma capacidade produtiva oriunda da China, os preços dos produtos se tornam mais competitivos, resultando em uma maior atratividade para os consumidores.

“Temos ciclos históricos de marcas predominantes. As marcas japonesas foram uma referência, assim como hoje são as coreanas. Agora, podemos ver um ciclo de marcas asiáticas por um bom tempo”, conclui Baialuna.

Ao longo dos últimos dezoito meses, o mercado brasileiro de eletroeletrônicos despertou um ciclo definido pelo investimento em grandes empresas chinesas, observa o presidente da Eletros, José Jorge do Nascimento que elencou os três maiores fatores que convidam as marcas para o território brasileiro.

Além de contar com um mercado de 200 milhões de potenciais clientes reunidos em um único país, outros dois fatores são considerados como atrativos. Devido ao isolamento social, ocasionado pela pandemia, a movimentação de mercadorias vindas da Ásia precisou ser interrompida, levando as empresas a compreenderem a necessidade de espalharem suas fábricas pelo mundo, evitando um bloqueio do comércio. O último fator, mencionado pelo presidente da Eletros, é a posição estratégica do país, visto que ter uma fábrica no Brasil pode ser uma oportunidade de exportação para a América Latina.

Para empresas já estabelecidas, as investidas chinesas no mercado são entendidas como naturais, as companhias estão acostumadas, afirma o presidente. O grande beneficiário será o consumidor, por conta de uma maior oferta de produtos e preços mais competitivos, uma das principais características das empresas chinesas.

As grandes empresas Sul Coreanas

Grandes marcas da Coreia do Sul, como Samsung e LG, estabelecidas no Brasil em segmentos de televisores, ar condicionado, máquinas de lavar e refrigeradores, já reagem ao crescimento da competição no mercado. 

Globalmente, segundo a consultoria Omdia, a Samsung é líder mundial na categoria de televisores há 17 anos. Mario Sousa, líder da divisão de eletrônicos de consumo no Brasil, afirma que a empresa se prepara para entrar em novos nichos de mercado em 2023, lançando fornos, cooktops e coifas. A companhia trouxe, ainda esse ano, a categoria de TVs OLED, antes dominada pela rival LG. 

“A concorrência no setor de eletrodomésticos é saudável e demonstra a maturidade do nosso mercado, algo natural em um ambiente em que o consumidor é o maior beneficiado. Entendemos que liderar deve ser mais do que ser o primeiro ou o melhor, mas a consequência de um compromisso constante pela busca da inovação em todos os aspectos de uso dos produtos”, diz o executivo.

O segmento cresceu 21% em receita, no período de janeiro a abril de 2023. A Samsung ampliando sua vantagem competitiva cresceu 5,7 p.p em comparação ao segundo colocado, de acordo com a GfK. 

Crescendo seus investimentos a rival LG, apesar de não possuir planos para entrar em novas categorias em 2023, a empresa aumenta seus esforços realizando estudos visando nacionalizar a produção de refrigeradores.

Gree Electric Appliances

Com uma história passando pela companhia japonesa Hitachi e pela coreana LG, Carlos Murano, gerente-executivo da Gree Electric Appliances e responsável pela operação da empresa no Brasil, explica que da mesma forma como a provação das coreanas foi de 2000 a 2005, as empresas chinesas atualmente passam por um momento semelhante.

Os produtos da Gree se encontram há mais de 30 anos no mercado brasileiro. Contando com um portfólio diferenciado entre ar condicionado, celulares, refrigeradores e aspiradores de pó, a empresa foi a primeira marca chinesa a se estabelecer no país. Líder no segmento de ar condicionado há dez anos, a empresa tem sua produção localizada em Manaus (AM), segundo Murano.

A única fábrica da empresa fora da China fica no Brasil. Ocupando uma área de 100 mil metros quadrados e empregando cerca de 1.500 pessoas, a fábrica tem a capacidade de produzir um milhão de ar condicionado por ano. Somente em 2022, 600 mil aparelhos foram desenvolvidos. Além disso, a capacidade para acelerar a produção e incluir novos itens existe.

Apesar de não revelar seu faturamento, ou valores investidos no país, a empresa detalha que se prepara para um lançamento, ao final do ano, dentro do setor de ar condicionado. Murano ainda comenta que há estudos em andamento acerca de trazer refrigeradores e lavadoras lava e seca, porém frisa que “É um projeto bem embrionário”. Sem adicionar se seriam produções domésticas ou importadas.

Fonte: https://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/a-dominacao-asiatica-no-mercado-de-eletrodomesticos

Mesm

 
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